O futuro a Deus pertence… A vida pode ser planejada?

O futuro a Deus pertence… A vida pode ser planejada?

Ninguém nega que nos negócios deve haver planejamento, mas na vida pessoal isso parece, muitas vezes, desnecessário ou até impossível. A realidade mais comum, independentemente da classe social, é: não sobrar dinheiro. E tem, ainda, os fatores imprevisíveis, uma viagem de última hora, um conserto no carro, um gasto extra na reforma do imóvel, uma emergência familiar, são infinitas as possibilidades.

E o resultado disso é cair em uma rotina de trabalho desconectada de propósito. É a famosa “corrida dos ratos”, onde se trabalha para pagar contas, para cobrir furos… Sempre para o que já foi, para o que já aconteceu. Traduzindo isso em números, temos que: 40,35% dos brasileiros estão em situação de inadimplência, 60% dos divórcios acontecem por motivos financeiros, 73% dos aposentados reduzem forçadamente o padrão de vida, o que leva 31% dos aposentados a voltar a trabalhar. As frustrações em relação ao dinheiro são inúmeras.

O propósito do planejamento financeiro familiar é colocar tudo isso nos eixos. Vai muito além do que as pessoas pensam se tratar de redução de despesas ou planejamento de compras antecipadamente. Eu sou planejadora financeira a 3 anos e já ouvi todo o tipo de argumento, como: “não sei como vai estar a minha vida daqui a 5 anos”, “não posso fazer planejamento agora, pois vou gastar todo o meu dinheiro na construção de um imóvel” ou “deixa eu me organizar financeiramente e depois conversamos”. Quando escuto esse tipo de argumento costumo ser mais insistente, pois é nesses casos que percebo uma maior fragilidade financeira.

Um bom planejamento precisa contemplar 6 áreas financeiras:

  1. Começa-se sempre por entender quais são os objetivos/planos da família e o que se espera de uma boa aposentadoria. Nesse momento é importante entender o que te faz feliz, ou seja, pelo que você está dedicando horas do seu dia, todos os dias.
  2. Quase sempre os objetivos das pessoas estão ligados com os outros membros da família. E pode haver, ou não, um desejo de formação de patrimônio para além da aposentadoria, que seria um patrimônio para herança. Em todo caso é importante entender a estrutura familiar, quem são os dependentes financeiros e quem são os herdeiros necessários.
  3. Entendido onde se quer chegar, trabalham-se alternativas técnicas com questões comportamentais para te ajudar a ir do seu orçamento atual até o orçamento ideal, aquele que está conectado ao seu propósito. Observe que, para cada um vai existir um ideal diferente e é por isso que não tem receita de bolo.
  4. Uma análise tributária é importante para identificar se existem incentivos tributários que podem ser aproveitados, contribuindo com o aumento da sua capacidade de poupança, que, por sua vez, está ligada à realização dos seus objetivos. Ninguém gosta de deixar dinheiro na mesa, não é?
  5. Tudo está sujeito a sofrer mudanças involuntárias na vida, é o que chamamos de risco. Ter um pertence furtado, uma avaria em um bem, perda de renda, oscilação nos investimentos, problema de saúde, são exemplos que podem arruinar qualquer planejamento que não tenha previsto a gestão de riscos. A questão é entender o que precisa ser protegido na sua vida, quanto disso pode ser mensurado monetariamente e, desse valor, quanto você pode assumir e quanto precisa ser terceirizado.
  6. Só então, cabe a montagem da estratégia de investimentos. Que deve, obrigatoriamente, estar conectada com cada um dos pontos anteriores. Investir só para multiplicar, em busca apenas da melhor rentabilidade, não faz nenhum sentido quando não sei qual a minha necessidade de poupança ou qual percentual do meu patrimônio deve estar líquido, por exemplo.

Um planejamento financeiro completo pode exigir conhecimentos técnicos em diferentes áreas financeiras, e por isso é recomendável ter o apoio de um profissional qualificado ou, em alguns casos, uma equipe profissional. A experiência de um planejador, tanto com os produtos e soluções do mercado financeiro, quanto com a escuta empática e estratégias comportamentais, traz um ganho muito grande a qualquer planejamento.

Agora, voltando ao título do artigo: a vida pode ser planejada? Sim, e deve ser! Mesmo perante todas as incertezas da vida, há muito o que pode ser planejado. Fica até melhor quando você tem um plano, pois fica claro qual o motivo do direcionamento dos seus esforços. E como diz Gustavo Cerbasi “a vida se torna uma enorme gincana” ao invés daquela coisa pesada de ter que “cumprir com suas obrigações”, é um outro olhar sobre a vida.

 

Texto produzido por Neydianne Hernandes – Equipe Rne Conexão
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