Antes que você imagine duas pessoas, ambas sou eu.
Em 19 anos de trajetória profissional, tive a oportunidade de viver duas perspectivas distintas: a do colaborador e a do empreendedor. Como colaborador, vi muitas iniciativas de treinamento decolarem e outras morrerem. Hoje, como empreendedor, percebo estigmas e potenciais não explorados nos pequenos e médios negócios que nos procuram. Abaixo, compartilho sete aprendizados deste interim, a partir destes dois pontos de vista (colaborador e empreendedor):
- Os pequenos empresários e os estigmas
Ideias como “treinamento é caro” ou “só grandes empresas treinam” são comuns, mas não refletem a realidade. Programas de educação, quando contínuos e bem planejados, geram retorno para o negócio e para o colaborador. É possível começar com um orçamento enxuto e, muitas vezes, com recursos já existentes. - Apoiar iniciativas. Julgar conteúdos. E, por favor, não inverta isso.
- O apoio do empreendedor às iniciativas de treinamento transmite uma mensagem poderosa de valorização e pertencimento. Quando o treinamento é deixado em segundo plano, isso sinaliza que a melhoria das pessoas não é prioridade, e o colaborador percebe. Valorizar iniciativas de aprimoramento dos colaboradores é uma maneira eficaz de fortalecer o time e criar um ambiente de pertencimento.
- Seu time quer ser treinado, mesmo que não verbalize.
Investir no desenvolvimento do colaborador gera uma percepção positiva tanto para ele quanto para a empresa. Empresas com uma cultura de aprendizado aumentam em média 40% a retenção de talentos, segundo o LinkedIn. Para o pequeno empreendedor, isso significa menos rotatividade e uma equipe mais engajada. - Digitalizar o conhecimento torna tudo mais fluido
Como colaborador, já fui interrompido várias vezes para ensinar a mesma tarefa a pessoas diferentes e também já fui aquele que interrompe o tutor repetidamente porque não existia um padrão estabelecido. Como empreendedor, sei que isso gera custos ocultos e atrapalha a produtividade. Ao identificar esses gargalos, você tem a oportunidade de, por exemplo, transportar os conhecimentos do negócio para um formato de cursos online. Além de economizar de forma permanente, você torna a gestão educacional mais profissional, libera seu time para focar em atividades estratégicas e passa a ter métricas a seu favor para tomar decisões mais precisas. - Precisa estar conectado ao negócio
Nenhum treinamento gera impacto se o público não vê valor nele. A andragogia nos mostra que adultos só aprendem quando enxergam sentido. Vi muitos colaboradores tentando “fazer verão sozinhos” – tomando iniciativas, mas sem apoio direto do empresário. Muitas vezes as coisas só ganharão força quando você decidir apoiar. Quando o treinamento é parte da cultura e está alinhado aos objetivos do negócio, ele passa a endossar o caminho da empresa. Com metas claras, o treinamento engaja o colaborador e eleva até o valor percebido pelo cliente, que nota o diferencial de uma equipe bem preparada. - Onboarding é um bom investimento
Onboarding (ou treinamento de integração) não é só para novos colaboradores; ele também ajuda clientes a entenderem e usarem melhor seus produtos e serviços. Um onboarding estruturado, melhora a experiência tanto do colaborador quanto do cliente, elimina barreiras e reduz a necessidade de suporte constante, além de transmitir mais profissionalismo. - Treinamento não é solução para tudo, mas ajuda em praticamente tudo
Treinamento, por si só, não é uma poção mágica. Planejar não apenas a teoria, mas a prática, é uma forma de começar a gerir a educação na empresa.
Comece do começo
Para o pequeno empreendedor, os primeiros passos em educação corporativa podem ser simples e ainda assim efetivos. Identifique gaps das pessoas e do negócio e busque treinar os colaboradores de forma contínua e conectada ao negócio.
Fabio Iwano é Sócio da Milimétrico Treinamentos Corporativos, Networker Nato e membro da equipe Rne Conexão