A segurança da informação é um pilar fundamental para a proteção dos dados sensíveis de uma organização. Quando essa segurança é negligenciada, as consequências podem ser desastrosas, especialmente em relação aos dados pessoais dos colaboradores. A falta de medidas adequadas de proteção de dados, aliada à não conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), não apenas expõe a empresa a sanções legais, mas também aumentam significativamente os riscos trabalhistas.
A LGPD estabelece diretrizes rigorosas sobre como os dados pessoais devem ser coletados, armazenados e utilizados. Quando uma organização não cumpre essas diretrizes, ela se torna vulnerável a diversas formas de litígios. Empregados cujos dados foram comprometidos podem buscar compensações legais, alegando danos morais e materiais. Isso pode resultar em um aumento substancial no número de processos judiciais contra a empresa, elevando os custos operacionais e prejudicando a reputação da organização.
Além disso, a exposição de dados pessoais pode atrair a atenção de escritórios de advocacia especializados em litígios trabalhistas. Esses escritórios podem ver na falha de segurança e na não conformidade com a LGPD uma oportunidade para promover ações judiciais em massa, representando um grande número de colaboradores afetados. Essa prática, muitas vezes considerada como “assédio judicial”, pode sobrecarregar a organização com demandas legais, distraindo a administração e drenando recursos financeiros significativos.
Outro risco decorrente da falta de segurança da informação é a deterioração do ambiente de trabalho. Colaboradores que se sentem vulneráveis devido à má gestão de seus dados pessoais podem perder a confiança na empresa. Isso pode levar a um aumento da rotatividade de funcionários, queda na moral e diminuição da produtividade. Além disso, um ambiente de trabalho inseguro pode tornar-se terreno fértil para práticas de assédio moral, agravando ainda mais os problemas trabalhistas.
Para mitigar esses riscos, é essencial que as empresas implementem políticas robustas de segurança da informação e garantam a conformidade contínua com a LGPD. Isso inclui a adoção de tecnologias avançadas de proteção de dados, a realização de auditorias regulares e a promoção de uma cultura organizacional que valorize a privacidade e a segurança dos dados. Investir na educação e treinamento dos colaboradores sobre a importância dessas práticas é igualmente crucial para prevenir incidentes de segurança e reduzir a vulnerabilidade a litígios.
Em suma, a falta de segurança da informação e a não conformidade com a LGPD podem criar um cenário de riscos trabalhistas significativos, exacerbados pelo assédio de escritórios de advocacia. Para proteger a organização e seus colaboradores, é imperativo adotar uma abordagem proativa e abrangente em relação à proteção de dados, assegurando que todas as práticas e políticas estejam alinhadas com a legislação vigente e as melhores práticas de segurança.
Por Enio Klein, CEO@Doxa Advisers, membro da equipe Rne Conexão e Networker Nato de Maio